A educação é um processo Histórico, político e sócio-cultural, onde seres humanos se relacionam e trocam experiências. A escola é um dos espaços onde acontece esta busca pelo saber. As turmas das escolas brasileiras são numerosas e mesmos assim o(a) educando(a)-educador(a) pode viajar na imaginação, perceber um mundo lógico, mas também Histórico-crítico, onde os conteúdos são tomados como mecanismo de transformação da sociedade e a política é a base para o “animal social” que é o homem e a mulher.
A educação para a disciplina, neste processo, não necessariamente precisa ter como modelo de Esparta (Grécia) e sua educação guerreira. O diálogo, que requer que o ser se coloque no patamar do outro e da outra, que se esteja aberto para aprender com o(a) nosso(a) interlocutor(a), mesmo que esta pessoa não tenha tanta “formação” e, por fim, que se tenha uma profunda fé na humanidade e na sua capacidade criativa. Então, esta proposta não quer que o ser humano seja adequado a sociedade, como a massa derramada em um molde, mas que o caráter, a disciplina, e a personalidade do indivíduo em formação possam surgir de convicções inquietas que tendem a quebrar paradigmas e a manter um processo dialético entre ação – reflexão - ação. A tendência crítico social dos conteúdos embasa está proposta que visa construir seres cada vez mais pensantes, romper com conhecimentos dogmáticos, sejam eles de uma ideologia mais conservadora ou progressista. Não importa aqui reproduzir conhecimentos acumulados pela humanidade, mas dominar as armas utilizadas pelos detentores dos meios de produção, ou seja, apropriar-se do conhecimento e de conteúdos necessários para inserção no mundo globalizado, bem como formar cidadãos e cidadãs que se integrem e sejam agentes provocadores de mudanças.
O Projeto Político Pedagógico está organizado em torno dos quatro pilares da educação mundial definida pela UNESCO, órgão das Organizações das Nações Unidas para a Educação, tais como: aprender a conhecer; aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.
Aprender a conhecer, que tem como objetivo o domínio dos próprios instrumentos do conhecimento, compreendendo o mundo local e global, despertando a curiosidade intelectual, motivando a busca por um senso crítico com conhecimento de causa e, consequentemente, procurando adquirir autonomia na capacidade de decidir.
Aprender a fazer, busca adquirir competências que tornem o(a) educando(a)-educador(a) apto(a) a enfrentar numerosas e diversas situações colocando em prática os seus conhecimentos, consiste em relacionar ação e prática com os conhecimentos teóricos que dão a base daquilo que se faz. É essencial que cada indivíduo saiba comunicar. Não apenas reter e transmitir informação, mas também interpretar e selecionar as informações, muitas vezes contraditórias. Analisar diferentes perspectivas e reconstruir constantemente suas próprias convicções nos caminhos a ser seguidos.
Aprender a conviver, trabalhar em grupo e saber desenvolver projetos em equipe, entender as diferenças e manter a tolerância com aqueles e aquelas que têm pensamentos antagônicos. Romper com os preconceitos existentes e perceber que a ideologia é uma forma de dissimular a realidade e que se deve trocar ideias com o outro e a outra e está aberto(as) para mudar, caso necessário, algumas convicções percebidas como incompletas ou até mesmo equivocadas.
Aprender a ser, montar o seu caráter, contribuir para o desenvolvimento total da pessoa, ajudando-a a elaborar pensamentos autônomos e críticos e para reformular os seus juízos de valor, de modo a poder decidir por si mesmo, como agir com discernimento e responsabilidade nas diferentes circunstâncias da vida. Ser como aquele e aquela que se sensibiliza com os problemas sociais e faz da luta a busca por um mundo mais justo e igualitário.